Blogueira baiana tenta reaver guarda do filho e diz que foi internada à força por ex-marido

 por Redação

Blogueira baiana tenta reaver guarda do filho e diz que foi internada à força por ex-marido
Foto: Reprodução / Instagram

A influenciadora baiana Bruna Canuto fez um desabafo nas redes sociais acusando o ex-marido, o empresário Pedro Muniz, de favorecer sua internação à força em uma clínica psiquiátrica para conseguir a guarda total do filho do casal. Bruna ficou conhecida após participar como "ring girl" do quadro "Tem Gente Atrás", do Domingão do Faustão, na TV Globo.

 

Os primeiros relatos da blogueira surgiram há algum tempo nas redes, mas só na última segunda-feira (26) acabaram chamando a atenção de mais pessoas. Nos stories, ela fala do diagnóstico que recebeu de um quadro de depressão leve, e que começou o tratamento com acompanhamento médico. Porém, os problemas teriam começado quando ela compartilhou a questão com o ex-marido.


Ao Bahia Notícias, ela contou que, em um primeiro momento, Pedro se mostrou solícito e disposto a ajudá-la no que fosse preciso. Bruna narra, contudo, que o marido chegou a convencê-la a ir a uma consulta em uma clínica psiquiátrica, no dia 7 de abril. "Ele disse: 'não, é porque eu quero entender melhor a sua doença, pra poder te ajudar. Confia em mim, eu sou seu amigo, eu estou do seu lado' E a gente, naquela fragilidade do momento, acaba acreditando que é verdade", lamentou. No dia 8, porém, a influencer acabou internada à força na mesma clínica, sendo leva do seu apartamento, com roupas íntimas, amarrada por dois homens desconhecidos. Ela acusa o ex-marido de mentir para a mãe dela, que tem 70 anos, dizendo que a filha seria levada para um "resort para descansar".

 

Internada, ela só teria acesso a dois números: ao do ex-marido e ao da mãe. Foi só ao revelar para a mãe o que estava se passando que ela conseguiu, ainda no mesmo dia, deixar o confinamento. "Quando ela entendeu a situação real, ela foi correndo me tirar. Quando uma médica, que me disse que eu não tinha por que eu ser internada, a viu entrando, na mesma hora ela falou: 'Você veio tirar Bruna, né? Eu tenho certeza'".

 

Desde então, ela teve poucas oportunidades de ficar com um filho. Dias após a internação, o menino permaneceu com o pai sob o argumento de que era para que ela tivesse a oportunidade de "melhorar". Porém, pouco tempo depois, foi surpreendida com uma decisão do juiz Antônio Mônaco Neto, transformando a guarda compartilhada e deixando apenas o homem como responsável pelo menor.

 

"Quando eu estava me preparando para ir buscar o meu filho, ele me manda uma decisão judicial. Ele pegou o menino mais cedo na escola, pegou o celular do menino e mandou através do celular a decisão de que agora a guarda seria dele. E mandou um texto grande, dizendo: 'devido à relação atribulada com sua mãe, e devido a você estar doente'. Não existiu isso", defende. "O juiz não me ouviu, eu não tive direito a nada".

 

Mesmo as autorizações para encontrar o filho uma vez por semana estariam sendo dificultadas, segundo a blogueira. "Eu tenho direito a visitas assistidas todo sábado, só que eu só consegui vê-lo um dia, porque ele 'compra' o menino com cavalo, com haras. Ele inaugurou um campo com o nome do menino. [...] Ele tenta fazer com que eu veja o menino no meio da semana, rapidinho, pra o sábado não ser usado. [...] Ninguém sabe o que ele está dizendo pro menino".

 

ANDAMENTO DO PROCESSO

De acordo com Ana Karina Senna, advogada de Bruna Canuto, em 2019 a influencer e o pai do menino de 11 anos de idade acordaram uma guarda compartilhada com alternância de moradia. A criança ficava 15 dias com a mãe e 15 dias com o pai. 

 

Na quinzena de Bruna, a modelo foi surpreendida com a decisão liminar em que o juiz havia retirado a guarda dela. 

 

“Ele deu entrada nessa ação e Bruna não teve conhecimento, em momento algum ela foi citada desse processo, ela não recebeu nenhum mandado tomando conhecimento de que esse processo já tinha se iniciado”, explica Ana. 

 

Segundo Ana, nessa ação, o genitor pediu que a guarda deixasse de ser compartilhada, passasse a ser unilateral, somente dele e que ela tivesse a princípio a visita de forma assistida. 

 

“O juiz autorizou que a guarda passasse a ser unilateral do genitor e fixou a visita da genitora aos sábados, já sendo de forma assistida, das 9h da manhã às 17h”, conta.

 

O que surpreende a representante jurídica da modelo é a decisão ter sido dada com base em fatos alegados apenas pelo requerente, sem a possibilidade de Bruna Canuto apresentar a defesa.

 

“Ela poderia ter sido citada no processo, ele poderia ter feito uma audiência de conciliação para tentar entender a situação [...]. Ela se deparou com uma decisão que é extremamente até perigosa, porque envolve o menor, é extremamente delicada, numa situação de uma mãe como ela que sempre exerceu a guarda da criança”.

 

Ana Karina ainda ressalta que o processo só está se iniciando agora que ela agravou da decisão, já que a liminar pode ser objeto de recurso. O agravo de instrumento foi feito para o Tribunal de Justiça da Bahia no 2º Grau, já que o juiz que deu a decisão é de 1º Grau. 

 

“[A decisão] Está no tribunal para ser apreciada e, além de agravar essa decisão, porque é algo que chega a ser absurdo, no processo que corre na Vara de Família, eu também já dei entrada na defesa da minha cliente, na contestação. Então agora o processo vai começar a correr. A partir daí provavelmente devem ser marcadas as audiências e então vai ter o curso natural do processo”. 

 

 

A OUTRA PARTE

 

Pedro Paulo Muniz, pai da criança, conta que sua principal preocupação é com a segurança e saúde do menor. O empresário disse que acompanhou Bruna Canuto em uma consulta psicológica e que a internação da modelo foi solicitada pela mãe da influenciadora. 

 

De acordo com Muniz, o relatório de acompanhamento da criança também atesta a urgência da solicitação de guarda unilateral. 

 

O processo, por correr em segredo de Justiça, preserva algumas informações sobre o andamento. Mas a defesa do empresário também comentou a situação. 

 

Washington Pimentel Jr, advogado de Pedro Paulo Muniz, conta que em casos como este, pode ser feito um pedido em que apenas o Ministério Público atue em defesa do menor e explica que a liminar foi deferida após uma aprovação do MP. 

 

“A gente pediu mas somente após a avaliação dos fatos e das provas que nós juntamos e somente após essa avaliação ter sido feita pelo Ministério Público na defesa do menor e com o parecer opinativo do MP em favor da guarda unilateral de Pedro foi que o juiz então pode decidir”, explica Washington.

 

SINDICÂNCIA
Responsável pelo caso, o juiz Antônio Mônaco Neto, da 3ª Vara de Família de Salvador, teve um processo administrativo disciplinar aberto pelo Pleno do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) em um outro caso de divórcio litigioso. No caso, a mulher denunciou que teria havido suposto favorecimento ao ex-marido, com quem teria uma relação próxima. O juiz chegou a se oferecer para pagar uma viagem a Nova York para que o homem pudesse "acalmar a cabeça" (leia aqui).

 

Matéria em atualização

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